Mal-estar e desassossego no Ensaio Sobre a Cegueira: prosa polifônica entre Pessoa e Saramago

O presente estudo analisa o romance Ensaio sobre a cegueira (1995), do escritor português José Saramago, cuja narrativa descortina uma peste em forma de branca. Esta investigação é suscitada pelo que, fora âmbito ficcional, se vive no ano 2020: desproporcional e arrastada pandemia, causada vírus da COVID-19, que provoca desassossegos grandes, exemplo experimentam os personagens texto literário. Para fundamentação teórica deste artigo, tomamos centralmente ensaio mal-estar na civilização (1930), Sigmund Freud, visto romance, epidemia contagiosa instaura sociedade caos coletivo derrocada certa segurança social. contributo freudiano geral, predominante abertura século XX, reverbera até este nosso milênio pandêmico, quando isolamento social problematiza relação eu-outro. faz engendra polifonia tessitura indicado, nos moldes pensamento crítico Mikhail Bakhtin. É inerente à não-ficção, semelhança ficcional saramaguiana, estado desassossego potencializado pandêmico. Desassossego tornado axioma nesta análise, inevitavelmente associado ao(s) Livro (s) , prosa Fernando Pessoa publicada apenas anos 1980. Entre Saramago Pessoa, amparados por Freud Bakhtin, procuramos caminhos leitura para nossa civilização.