De mãos vazias perante a morte: Sobre o vazio de Deus em Vergílio Ferreira

A densidade filosófica da obra de Vergílio Ferreira estabelece-se nas fronteiras do jogo entre a finitude e o transcendente. De Aparição Estrela Polar, passando por Em Nome Terra ou Para Sempre, drama existência rompe com sentido aparente significação sujeito, abrindo-o à deriva ontológica ao resgate tempo passado como condições para compreensão existencial. No sofrimento daquele que rememora, vemos remorso incompletude, frugalidade efemeridade, conduzem sujeito uma paradoxal procura divino [seja enquanto entidade metafísica potencialidade criativa um ser confinado às limitações potencialidades corpo]. Deus é, simultaneamente, condição afirmação liberdade criadora constatação agónica absurdo existir. assoma, então, na Ferreira, pêndulo vontade das possibilidades. Da ambivalência lugar Deus, emerge Homem lançado absorto culpa. O potencial criação é capaz mais exacerbada capacidade olhar Tempo, rememorar. se vê em processo e, portanto, sobrevive [ilusoriamente?] catástrofe transitoriedade. impõe reflexão sobre permanece ser, efetivamente só descobre memória, interpretada espaço recriação significação. Mais indagar as possibilidades divino, pode eterno, conjunto instruções morrer, permita ver morte síntese harmonia tudo concebe no reino profícuo [Estrela Polar]. fundo, fim realçar legado mostra-se diáspora expõe sua fronteira: eterno [da capacidade, sonho] futuro [que esconde sempre morte, vazio solidão]